top of page

Casos Reais

Uma mulher de 56 anos relatou dor severa logo depois de ter sido injetada com um suposto anestésico complementar a anestesia do segundo dente pré-molar superior. A dor súbita começou durante a injeção e tornou-se tão insuportável que o tratamento endodôntico teve que ser interrompido. Desenvolveu-se um edema local a paciente apresentou turvação visual. Ela foi medicada e enviada para casa. Dois dias mais tarde, o edema e a área necrótica tinham progredido. Além disso, a paciente relatou parestesia e ptose do lábio superior direito, dor intensa na face direita, bem como no olho direito e deficiência visual persistente. Neste ponto, suspeitou-se da injeção acidental com hipoclorito de sódio (1,5%), em vez de uma solução de anestésico e iniciou-se, então, tratamentos com antibióticos e anti-inflamatórios.
A acuidade visual retornou após 8 dias, a mucosa curou-se no prazo de 60 dias e a ptose labial dentro de 3 meses. A parestesia labial persiste por 3 anos.

Uma mulher de 61 anos de idade, aquando da limpeza de rotina da sua máquina de hemodiálise com aproximadamente dois litros de solução de limpeza de hipoclorito de sódio diluído (Chlorox) que foi adicionado ao banho de diálise, embebendo as fibras da membrana. Duarnte menos de 2 minutos a membrana embebida em Chlorox esteve em contacto com o sangue que retorna para o paciente. Este acidente levou à hemólise maciça, hipercalemia, cianose e paragem cardiorrespiratória. A ressuscitação cardiopulmonar foi iniciada, a paciente foi entubada, dado oxigênio, bicarbonato de sódio, atropina, dopamina e isoproterenol. 5 g de tiossulfato de sódio foi administrado através de um tubo nasogástrico aproximadamente 25 minutos após a paragem cardíaca como agente redutor da neutralização. A condição da paciente estabilizou, e ela se recuperou após uma semana de internação.

Uma mulher de 66 anos ingeriu uma quantidade desconhecida de lixívia (5,25% de hipoclorito de sódio, pH = 11,4). Quando foi encontrada, ela estava a vomitar espontaneamente, tinha a fala arrastada e descoloração da mucosa oral. Na chegada ao hospital a paciente ficou sem resposta, com respirações superficiais. Estudos laboratoriais revelaram hipernatremia, hipercloremia e acidose metabólica. A paciente foi entubada e ventilada, a hipotensão foi tratada com reposição volémica e acidose metabólica corrigida com bicarbonato de sódio. Naloxona e flumazenil foram dadas mas não tiveram efeito e os tubos de drenagem pleural foram colocados. Seguiu-se a rápida deterioração dos sinais vitais e estado mental, com paragem cardiorrespiratória a partir do qual ela foi ressuscitada. A segunda paragem cardíaca resultou em morte. A autópsia revelou erosões esofágicas e gástricas, perfuração da mucosa na junção gastro-esofágico e extensa necrose dos tecidos moles djacentes. O conteúdo do estômago continha hipoclorito de sódio e o líquido pleural e peritoneal tinha o aroma de lixívia.

bottom of page